PROJETO I

Nas trilhas da catação: um estudo sobre as trajetórias de trabalhadores urbanos pobres inseridos no mercado da reciclagem

O projeto propõe uma etnografia das trajetórias de trabalhadores pobres inseridos nos mercados urbanos de catação de materiais recicláveis. Agentes de práticas precariamente inseridas na base de mercados publicamente prestigiados pelo discurso da “sustentabilidade ambiental” e, simultaneamente, constantemente estigmatizadas e criminalizadas, as histórias desses sujeitos descrevem trajetórias liminares, tensamente transcorridas entre as esferas da ação governamental, da iniciativa de movimentos e associações civis e do universo de atividades informais em expansão na economia contemporânea. Sendo assim, a investigação etnográfica proposta enfoca os contornos dessas trajetórias como perspectiva capaz de problematizar e viabilizar a compreensão crítica das relações entre: a) as estratégias de geração de renda de camadas pobres urbanas; b) as redes sociais articuladas por catadores no acesso à renda e à instâncias econômicas e políticas institucionais-formais.

PROJETO II

A construção do catador: um estudo sobre a figuração pública de trabalhadores urbanos pobres inseridos no mercado da reciclagem

O projeto propõe um mapeamento do debate público em torno da figura de trabalhadores pobres inseridos nos mercados urbanos de catação de materiais recicláveis. Mediante o enfoque da fala pública de instituições governamentais, associações civis, movimentos sociais e da imprensa em geral, buscaremos apontar casos concretos do processo de construção dessas “personagens” sociais enquanto agentes de práticas, em geral, precariamente inseridas na base de mercados publicamente prestigiados pelo discurso da “sustentabilidade ambiental” e, simultaneamente, constantemente estigmatizadas e criminalizadas. Sendo assim, a investigação proposta enfoca os contornos dessas figurações como perspectiva capaz de acessar e compreender criticamente a) a construção positiva da figura dos catadores enquanto agentes subalternamente inseridos na base do “mercado da sustentabilidade”; b) a construção negativa da figura dos catadores enquanto agentes cujas práticas e estratégias de sobrevivência não lograram a inserção em instâncias institucionais-formais de geração de renda.